quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Notas bibliográficas Milligan-2006




Milligan, C., Beauvoir, P.  Johnson, M., Sharples, P., Wilson, S.; & Liber, O. (2006). Developing a reference model to describe the personal learning environment. In First European Conference on Technology Enhanced Learning, EC-TEL 2006 Creta, Grécia. Berlin / Heidelberg: Springer-Verlag. Disponível em http://www.springerlink.com/content/u04836n0460j2678/ acedido a 07 de dezembro de 2012


Este documento propõe delinear um modelo de referência para descrever um  PLE. A iniciativa partiu da Universidade de Bolton e foi desenvolvida no âmbito do projecto CETIS. Este é o trabalho inicial e permite entender a construção do modelo explorando e sistematizando os modelos e funções já enunciados. É listado em particular um conjunto de funções comuns que conforme os autores integram os PLEs. Assim, as funções principais são agrupadas numa visão prática de “caixa de ferramentas”. Estas ferramentas devem facilitar as vias de comunicação multidireccional pela escrita ou pela fala; a construção de grupos e comunidades de interesses partilhados; o uso de fluxos de informação que facilitam a recolha de fontes e documentos e a gestão/organização individual e pessoal das informações recolhidas ou partilhadas. Das funções identificadas e agrupadas salienta-se a categoria de função social que ilustra a passagem para a gestão de contactos e contextos sociais fora de uma tradicional LMS institucional. A visualização do modelo de referência proposto permite a sistematização das funções e ferramentas disponíveis na altura. Deste trabalho inicial de recolha e sistematização foram avançadas as bases (depois sistematizadas no relatório final do projecto) para a criação de um software para a criação/gestão de PLEs . É denominado PLEX e permite ao aprendente organizar e gerir as suas actividades. Esta ponte entre as instituições e os PLEs dos aprendentes seria assegurada pela versão – servidor do PLEX.
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Escolhi este documento, apesar de já ter outras pistas de desenvolvimento mais actuais porque permite verificar o ponto de partida da reflexão. Listar as funções é fundamental para entender as linhas directrizes de orientação dos desenvolvimentos seguintes. A passagem para a consideração das ferramentas web 2.O na aprendizagem formal, no caso que interessa aqui, representa um desafio para as instituições que pretendem continuar na formação online. Ignorar esta situação é prejudicial para todos porque ela existe na realidade dos aprendentes.
A minha reflexão orienta-se para a vontade das instituições preocupadas em assegurar uma ponte de transição entre o ambiente fechado do LMS e as necessidades dos aprendentes formais que acedem a outras ferramentas e trabalham fora da plataforma da instituição. A necessidade de evidenciação desta vertente já se mostrava na sua urgência de visualização e consideração da construção do conhecimento por parte dos aprendentes.
Esta evidenciação do que se passa na aprendizagem formal, fora das plataformas institucionais não é de trato fácil. No entanto, é uma realidade já vivida com mais ou menos premência: da minha experiência partilhada por vários anos de aprendizagem online posso relatar a sensação de frustração das avaliações formais realizadas por parte das instituições que só conseguem considerar uma parte reduzida dos momentos de construção dos conhecimentos e sobrevalorizam produtos finais deixando de lado os processos.

12 comentários:

  1. Oi, Isabelle!

    Ótima partilha esta sua!

    Eu nunca vi muito sentido na adoção de LMS. Desde fins da década de 90 trabalho com um mash-up de recursos oferecidos abertamente na Internet. De modo que este tema que aborda o artigo que você selecionou muito me interessa.

    Muito obrigado!

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  2. olá Wilson,
    podia ajudar na definição de mash-up, como podermos definir este conceito? é utilizado no ensino-aprendizagem formal? não vou colocar mais perguntas (:-)), ficam para depois, muito obrigada.
    Isabellefr

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  6. Ora viva, Isabelle

    1. Parabéns por esta reflexão.

    2. A vontade das instituições é cumprir a respetiva missão para que foram criadas, constituindo uma entidade por si só, isto é um entidade institucional.

    3. Um PLE tem na sua natureza a entidade pessoal que também é global.

    4. Na minha opinião, vislumbro que haverá sempre um "backoffice" e um "frontoffice".

    5. A natureza dos dados (assuntos) é que determina o serem públicos ou serem privados.

    6. Podemos ter instituições que em determinados assuntos são totalmente públicas, mas noutros assuntos são fechadas.

    7. Se as dependências da presença online estiverem distribuidas, a instituição e/ou pessoa exerce a sua consciência na rede de forma independente e livre.

    8. Transforma-se o sistema de aprendizagem tradicional num ambiente de aprendizagem, onde o enriquecimento da tecnologia permite uma revolução social.

    9. No que toca à avaliação as instituições podem facilitar espaços totalmente abertos para que de acordo com uma Pedagogia online se obtenha um registo completo de todos os passos executados pelo aluno.

    10. Isto é, as chamadas horas de não-contato podem ser registadas pelas interações dos aprendentes com as plataformas disponíveis.

    11. Se uma instituição disponibilizar as ferramentas e serviços que normalmente se encontram distribuidas, torna possível o registo dos passos dos alunos na definição dos seus caminhos de aprendizagem.

    12. Com esta administração entregue às pessoas, em espaços próprios cria um ambiente académico onde se pode comparar indicadores educacionais na obtenção do sucesso dos objetivos de aprendizagem propostos.

    13. Assim, limitados no tempo e nos espaços as instituições podem vir a disponibilizar ambientes próprios, para fins pessoais, com a finalidade de preparar pessoas ou equipas para as novas dinâmicas sociais, onde se pretende criar e desenvolver autores das suas próprias aprendizagens.

    Até já,

    Gaspar Amaral

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  7. Olá Isabel,

    Penso que a transição entre os VLE e outras ferramentas já se está a verificar, mas do ponto de vista institucional, e pela necessidade de maior controle, o VLE continuará a ter um certo papel. Na resposta que a professora Lina deu a uma mensagem minha sobre o dispositivo de submissão para a tarefa 2 ela foi clara quando referiu que os links que eu havia enviado bastariam se não houvesse uma obrigatoriadade de guardar os nossos trabalhos na plataforma por razões de «inspecção» da agência para a acreditação A3ES.
    As lógicas institucionais são formais e fechadas.
    No entanto, parece-me que existem VLE bastante flexíveis e abertos como o Moodle que permitem muitos plug-in a outras ferramentas da Web 2.. Infelizmente, o que acontece é que normalmente usamos o Moodle sem essas possibilidades. Há alguns anos que manifestei a necessidade de upgrade do Moodle do meu serviço e continua exatamente na mesma versão primitiva. C'est la vie!

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  8. Ora viva, Isabelle e Ida

    1. As lógicas institucionais são formais devido ao rigor científico necessário para a acreditação;

    2. O serem fechadas, já não concordo, pois podem ser abertas mantendo as estatísticas para os Professores/Administradores, embora julgue que os Professores tenham que ser mais administradores para empregar novas Pedagogias;

    3. A diversidade online permite constituir equipas multidisciplinares com muita facilidade enquanto que a Universidade "face to face" está em silos por especialidades e a constituição de equipas "coloridas" é por natureza dificil (tudo é de direito, tudo é de engenharia, tudo é de educação, ...);

    4. A Educação online permite com Pedagogia própria, agrupar equipas heterogêneas semelhantes a empresas que podem promover produtos educacionais, que por natureza dos seus criadores são diferentes;

    5. Estas minhas quatro reflexões tem por base a experiência de criação e manutenção de seis plataformas moodle como Professor e Administrador;

    6. A dinâmica das plataformas online exige equipas de apoio e lógicas de atualização diárias;

    7. Para conseguir estas dinámicas a plataforma moodle deverá ser somente anual, ter uma equipa técnica, ter uma equipa de produção de conteúdos, onde os Professores são a chave da cadeia de valor que se cria.

    Até já,

    Gaspar Amaral

    (13DEZ12 | 20H54)

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  9. Olá Isabelle
    Estou aqui um pouco confusa... mas não consigo encontrar a segunda referência. O que é que não estarei a ver? Pode ajudar-me?
    Abraço
    Angelina

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  10. POis, estive a tentar embelezar a coisa e deu isso. Agora já deve estar tudo bem. Obrigada Angelina.

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  11. Obrigada, Isabelle. Pensei mesmo que havia qualquer coisa que não estava a compreender.

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  12. Olá Isabelle,

    A dicotomia entre os LMS e a utilização das ferramentas da web 2.0 na aprendizagem formal, que é evidenciada no artigo que escolheu, expressa a crescente pressão sobre o ensino formal para que se ultrapassem os rígidos limites dos ambientes virtuais de aprendizagem utilizados pelas instituições e se passem a incorporar no processo de ensino – aprendizagem as ferramentas que os alunos utilizam no seu dia-a-dia, indo desse modo ao encontro dos seus interesses e necessidades.
    É evidente que os LMS continuam a ser valorizados pelas instituições de ensino pela facilidade de gestão do processo de aprendizagem que os mesmos oferecem, permitindo agregar num único espaço todo o "dossier" do curso, inclusive pelas questões formais, já aqui referidas, a que estão obrigadas em termos de certificação/acreditação. A questão da segurança e da salvaguarda dos direitos de autor e propriedade intelectual dos recursos produzidos serão igualmente valorizadas por muitas das instituições. Arriscaria a afirmar que a escolha do ambiente de aprendizagem utilizado (fechado ou aberto) traduz o modelo de ensino online que a instituição deseja praticar, mas todos sabemos que isso será uma abordagem minimalista da questão, sobretudo nas instituições em que o ensino online está a dar os seus primeiros passos e ainda não conseguiram largar do “porto seguro” do seu LMS.
    Contudo, tal como a Isabelle refere, esta deverá ser uma questão premente para as instituições que queiram continuar a competir neste território.

    Vitor Reis

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